Consumo domiciliar apresenta reaquecimento
Após registrar sucessivas quedas, o consumo dos lares brasileiros apresentou sinais de reaquecimento no terceiro trimestre deste ano. A conclusão é do estudo Consumer Insights, elaborado pela Kantar Worldpanel. De acordo com o levantamento, houve aumento na quantidade de unidades compradas - 102 X 100, na comparação com o mesmo período do ano passado –, variação positiva em valor deflacionado pelo segundo trimestre consecutivo (4,5%), além de interrupção na sequência de queda da frequência. Nesse cenário, as classes mais altas impulsionaram as compras - A/B1 registrou alta de 4,3% na frequência, B2, 1,2% e C1, 2,7%. Já as mais baixas seguiram apostando na racionalização, com queda de 3,7% no mesmo quesito.
As regiões Norte/Nordeste, Grande São Paulo e Sul se destacam entre as que impulsionam o consumo. No entanto, entre elas há uma diferença de comportamento. No Nordeste, a racionalização se materializa na queda da frequência (6,5%) e há aumento nas unidades por viagem (5,4%). Na Grande São Paulo, no entanto, a frequência sobe 8,1% e tem declínio de 2,6% nas unidades por viagem. As variações positivas são puxadas pela cesta de alimentos e limpeza.
Segundo o Consumer Insights, apenas 40% das categorias da cesta da Kantar Worldpanel apresenta crescimento consolidado e puxa o consumo para cima em unidades. Entre elas se destacam chá líquido, molho para salada, suco congelado, cloro, presuntaria, creme de leite e linguiças.
Outra característica do período apontada pelo estudo é que o consumidor está mais em busca de promoção, o que impacta a frequência de compra – 55,5% dos lares aumentaram a quantidade de idas aos pontos de venda, o que representa 25,8 milhões de domicílios. Ao todo, são mais de 5 viagens ao PDV, sendo que em três delas itens em promoção entraram nos carrinhos. O atacarejo, que há tempos se destaca entre os canais, continuou atraindo mais compradores, contribuindo para o impacto positivo do terceiro trimestre.
Dados do Consumer Insights revelam ainda que 55% dos domicílios do país aumentaram o consumo no período analisado – lares com donas de casa mais jovens, com até 39 anos e que vivem em casas menores de grandes centros urbanos, no Nordeste e na Grande São Paulo, e que integram as classes A/B. Já os domicílios com donas de casa mais maduras, vivendo no leste e interior do Rio de Janeiro e Grande Rio, em lares maiores, com 2-3 filhos e da classe C, passaram a comprar menos. Os indivíduos que aumentaram o gasto tiveram como prioridade os alimentos, deixando um pouco de lado produtos de higiene e beleza, com promoções tendo grande importância na hora da compra, já os que diminuíram deram mais destaque aos alimentos, em uma luta para não abandonar conquistas recentes.