Door to door: O canal preferido dos latinos
Hoje, mais de 62 milhões de lares em toda Latam compram no Porta a Porta, porém esse é o menor patamar dos últimos 3 anos, quando o mesmo chegou a acessar 2 milhões de lares a mais com produtos de higiene e beleza, principalmente no Brasil e Argentina.
Novas necessidades do shopper impactam nas estratégias dos canais
Entre os diversos impactos sofridos pelo canal, os principais foram a conveniência e especialização praticados, principalmente, por Farmácias que já é o canal de compra de 70% da população do Peru e 55% da Colômbia. Além de ser um "Facilitador", o canal proporciona uma agradável experiência de compra desde a possibilidade de testar os produtos no momento da escolha até a forma de pagamento utilizada, podendo ser tanto em dinheiro como em cartão e isso se torna um diferencial comarado ao Porta a Porta que na maioria das vezes é somente em dinheiro.
Essa reinvenção ocorreu não só para suprir a nova necessidade de um consumidor mais exigente e ansioso, mas também para ganhar relevância em um momento de desaceleração econômica e expansão de acesso à internet, canal esse que consegue gerar credibilidade através de blogueiras, opiniões públicas em redes sociais e também com tutoriais do próprio fabricante.
Com isso, cada vez mais as Fármacias se atualizam diferenciando seus layout's de loja, treinando consultoras para orientar o consumidor no momento da compra e aumentando portfólio através da necessidade percebida também pelos fabricantes.
Produtos de beleza crescem 32% em Farmácias, enquanto produtos básicos de higiene crescem apenas 8%
China: a região do amanhã
Movimentações parecidas como essa já aconteceram na Europa há alguns anos, quando Porta a Porta era um canal de destaque e foi substituído por Farmácias, Perfumarias e até mesmo Discount. Hoje, a região passa por outra mudança e dessa vez é a internet que vem ganhando cada vez mais relevância, assim como já acontece na Ásia, região de alta relevância para e-commerce, onde o canal é responsável por 49% das compras de FMCG na China e 55% das compras de Cosméticos feitas por mulheres na Coréia - enquanto em Latam apenas 3,5% dos lares convertem qualquer tipo de compras nesse canal.
Mas será que isso mostra o fim do Porta a Porta?
Seguramente não! Porém, essa relevância conquistada por outros canais também ocorreu devido a carência do Porta a Porta em se reinventar com o passar dos anos.
Se assim como a Mary Kay (que se atualiza e se diferencia oferecendo melhores reconhecimentos às “Consultoras de Beleza”, “serviços personalizados” para consumidores e ainda tem um canal de apoio via internet), outras marcas também tivessem se “reinventado”, o desenvolvimento do Porta a Porta poderia ter sido diferente. Hoje, enquanto o canal atravessa um momento difícil de perda de consumidores, Mary Kay atrai mais de 1,5 milhões de lares nos últimos 3 anos e cresce acima de 80%, sendo Brasil e México as principais regiões de desenvolvimento da marca.
Além dessa "reinvenção" para o canal, o Porta a Porta também deve estar atento para:
Revendedoras: até hoje algumas marcas têm revendedoras como principal meio de chegar até o consumidor final e devem tomar cuidado com a entrada em outros canais, pois esse stakeholder pode se sentir ameaçado e desmotivado a partir do momento que o consumidor poderá acessar a mesma marca através de um canal pronta-entrega e com diferentes meios de pagamento.