31% dos Portugueses n?o comprou roupa em 2014
O ano de 2014 terminou com apenas 69% dos portugueses a comprarem pelo menos uma peça de roupa. Houve por isso 31% que não comprou sequer uma peça, durante todo o ano. Adicionalmente, os consumidores estão a comprar peças mais baratas e menos peças por cada ato de compra. Sem surpresa, o mercado caiu -3,4% em volume em 2014, comparativamente a 2013. Por outro lado vemos a continuação do crescimento das cadeias “low-cost” que naturalmente ajudam a reduzir o preço médio das roupas compradas, em termos globais.
A insígnia mais dinâmica, em 2014, foi o Lidl pois obteve o maior crescimento em volume, ganhando quota. Destacaram-se também, a “Primark”, que lidera o mercado em volume, a “Mo” (Ex-Modalfa), a “Bershka ”, a “Auchan” e a “H&M”, todas com ganhos de quota em volume, face a 2013. Ao longo de 2014 verificamos que praticamente em todos os meses, com exceção do primeiro trimestre, houve uma retração dos compradores nas lojas, o que fez regredir este mercado.
Os saldos e as promoções continuam a ter um peso importante neste setor, representando cerca de 36% do valor de todas as compras. Cerca de metade dos portugueses aproveitam este mecanismo promocional. Esta situação tem-se mantido praticamente inalterada desde 2012. Na realidade, os saldos têm perdido alguma relevância, pois verificamos picos de vendas como efeito das promoções, que muitas vezes antecipam os saldos oficiais. Uma das consequências é que isso ajuda que exista hoje uma menor sazonalidade na venda de roupa, que está agora melhor distribuída ao longo do ano.
As chamadas “Lojas Independentes” continuam em queda, pois os consumidores estão a preferir cada vez mais as cadeias de roupa bem como o canal “Hiper/Supermercado”, que cresce 7,5% em volume. Também o canal “Feiras” e “Outros Locais” (inclui Lojas dos Chineses) não tiveram em 2014 um ano positivo, pois decresceram em volume, cerca de 24% e 10% respectivamente. As cadeias de distribuição moderna alimentar (FMCG) continuam a desempenhar um papel importante neste mercado, pois em volume, ocupam o 2º e 3º lugar do rankings das insígnias, respetivamente o Continente e o Lidl. Em valor, a Zara continua líder no mercado de roupa, em Portugal Continental.
Com o número de compradores sem crescer, (até reduz 0,7pp em 2014), é de destacar o aumento de 18% no volume comprado de roupa no Canal Internet. E aqui nesta definição de canal não incluímos as marcas que vendem em Catálogo e Online, pois falamos apenas dos operadores que, em Portugal, vendem roupa e calçado exclusivamente por via Internet. Um canal que importa acompanhar atentamente este ano.
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Marta Santos
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