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Confinamento 2.0 ? o comprador mais preparado

05/02/2021

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Confinamento 2.0 ? o comprador mais preparado

Com o plano de vacinação já em marcha e um relaxamento das restrições durante a época das Festas, os lares portugueses arrancaram o ano menos preocupados com o risco de contágio. Isto acabou por se refletir no padrão de compra, tendo havido mais compradores nas lojas (maior afluência) e a fazerem cestas de compras mais pequenas. Se compararmos a média diária de cestas feitas durante o ano de 2020 (desde o dia em que foram confirmados os primeiros casos de Covid-19) com a média deste ano, verifica-se que os portugueses estão a fazer mais 8% de cestas diariamente, podendo isto querer dizer que começaram o ano mais confiantes e foram mais frequentemente às compras.

No entanto, com o avançar da pandemia, o número de casos diários testados começou a avançar a um ritmo galopante e a 6 de Janeiro foi ultrapassada a fasquia dos 10.000 casos em apenas 24 horas, situação que viria a acontecer no resto do mês. Este número crescente alarmou as famílias portuguesas que, no dia 8 de Janeiro, tiveram um comportamento de compra semelhante ao que já tinha sido visto a 3 de Março de 2020 – primeiro dia de corrida às lojas após serem detetados os primeiros casos no país, ou seja, uma maior afluência às lojas e também com cestas com um número de produtos acima da média. Este padrão de compra acabou por estabilizar nos dias seguintes e os portugueses voltaram a ir mais regularmente às lojas do que face à média diária de 2020, ainda assim, abaixo do que era o histórico e este parece ser o padrão que acompanhará os próximos meses. Tem-se verificado também que quando é feita uma alteração nas restrições – como início do confinamento ou fecho das escolas – os lares sentem uma maior necessidade de reforçar a sua despensa, uma vez que significa haver mais membros do lar a voltarem para casa. Também houve uma alteração no que diz respeito ao dia de compras, sendo que agora o domingo é o dia menos escolhido pelos lares, quando em 2020, o dia mais fraco era a segunda-feira (agora é um dos mais fortes).


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Para além da diferença da reação dos lares portugueses entre o açambarcamento de 2020 e a entrada num segundo confinamento em 2021, também o tipo de produtos que estiveram nas prioridades deles mudou. Cestas carregadas de produtos de grande duração, como conservas (atum, sardinhas, fruta), farinhas, leguminosas (grão e feijão seco) e bacalhau seco foram substituídas por produtos de compra mais frequente como mais frescos (frutas e legumes, carne e peixe), pão de padeiro, iogurtes, café moído, vinho, entre outros. Também no cuidado de lar, os portugueses procuraram produtos mais ligados ao bem estar do lar e cuidado com a roupa (uma vez que estão mais tempo em casa) escolhendo sobretudo amaciadores, sacos do lixo, ambientadores e esfregões e panos, em detrimento dos lenços de papel, lixívias, detergente pó manual e luvas de uso doméstico. Já no caso da Higiene e Beleza, os portugueses já conhecem quais as principais necessidades de cuidado pessoal em casa, destacando-se na cesta as fraldas descartáveis para bebés, produtos para o banho como champôs e gel, pensos higiénicos e produtos relacionados com a higiene oral.

Podemos assim perceber que todas as mudanças, restrições e incertezas ao longo de 2020 tornaram o portugueses em 2021 muito mais experientes durante uma crise pandémica e, por isso, mais preparados e flexíveis para um confinamento eminente. Esta preparação ficou não só refletida por uma menor corrida às lojas e açambarcamento generalizado, como também ficou refletido pelas escolhas feitas para dentro da cesta, preferindo produtos para o bem estar do lar em vez de lenços e desinfetantes e produtos mais frescos em detrimento de produtos “de sobrevivência”.

Ficha Técnica: Os dados de compra são baseados no Painel de Lares da Kantar, uma amostra de 4.000 lares participantes, representativos de Portugal Continental, dispersos em mais de 1.000 Pontos de Sondagem, que declaram as suas compras, no período em análise das 3 primeiras semanas de 2021. Os resultados apresentados têm um nível de confiança de 95%, com erro amostral associado de 1,96%.

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Marta Santos
Clients & Analytics Director

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