“BACK TO BASICS” em 2012
Para além de um consumo que em volume pouco muda, verificamos outras e mais importantes alterações, que se prendem – pela primeira vez – com reais e relevantes mudanças no padrão de consumo, na escolha dos produtos que os lares portugueses compram este ano.
Uma das grandes tendências deste semestre é o facto de os lares portugueses estarem a deslocar-se menos às lojas, mas estarem a aumentar o atos de compra por dia, ou seja, vão menos dias às compras (-1.2%), mas num dia visitam várias lojas, na procura da melhor oferta. A consequência disto é o aumento dos atos de compra no mesmo dia, em três milhões.
O shopper está diminuir a sua compra de forma transversal em categorias como congelados, lácteos e bebidas e higiene lar e pessoal. Em congelados verifica-se mesmo o abandono da categoria por parte de 6% das famílias, sendo que em volume decresceu 2.2%. Lácteos decresceu em volume 2.5% e bebidas não alcoólicas decresceu 11.2%. Higiene do lar e pessoal decresceu também em volume 3.2%.
Em compensação, categorias como frescos, mercearia salgada e mercearia doce cresceram em volume 6.7%, 5.3% e 3.5%, respetivamente. O desempenho positivo destas macrocategorias vem reforçar a tendência de aumento de as famílias fazerem mais refeições no lar e o facto de terem percebido que confecionar refeições em casa fica mais barato.
Analisando a quota de estômago (volume comprado pelos lares a dividir pelo número de pessoas que compram, a dividir pelo número médio de pessoas que compõem os lares de Portugal Continental) verifica-se, claramente, que há um retorno do shopper ao básico. Categorias como ovos, frutas, legumes, carne, arroz, bacalhau seco, azeite e peixe e marisco conseguem aumentar a sua quota de estômago no primeiro semestre de 2012. Ao contrário, categorias como refrigerantes sem gás, sopas e caldos, refrigerantes sem gás, vinhos e cerveja perdem quota de estômago. Há nesta atitude dos lares um certo regresso à frugalidade, focada no essencial e no menos dispendioso, como medida de ajustamento aos tempos que se vivem. Este é um perfil de consumidor típico dos anos 80/90, que renasce.
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Marta Santos
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