Congelados são a categoria do ano
Artigo original publicado na Grande Consumo
Em 2020, desde o açambarcamento para fazer stock no primeiro trimestre do ano, passando pela transferência do consumo fora de casa para dentro de casa e a falta de interação social, à necessidade de inovar e diferenciar à mesa, os congelados foram sempre opção para os portugueses.
Em alimentação, congelados foi das categorias mais escolhidas pelos portugueses, retirada da arca mais de 125 milhões de vezes no P5 (ano móvel a terminar em maio 2021). Sendo apenas ultrapassada pela comida pronta.
Na categoria de congelados, falamos de um mundo, onde o principal destaque foi para Snacks, Peixe e Marisco, com um forte crescimento em valor.
Durante a crise pandémica, apresentou sempre crescimentos acima de frescos e no verão acelerou para os dois dígitos, atingindo já em 2021, o seu pico com um incremento de mais de 24% em valor. Na verdade, falamos de um consumo já bastante enraizado, praticamente todos nós compramos, desde sempre, algum tipo de produto congelado. Mas agora, compramos mais quantidade e mais vezes. A duplicação de produtos congelados mais que cresceu e também se bateram records em alguns deles: exemplo de vegetais crus, que conseguiram o maior alcance dos últimos quatro anos – chegam agora a mais 79% das famílias portuguesas.
O hábito/frequência de compra tem sido o grande impulsionador do mercado – cada família portuguesa compra agora, em média, 31 vezes ao ano Vs. 27 em 2019. E gastamos mais 46€ do que há 2 anos: 223€ Vs. 177€
Mas quem são os grandes impulsionadores?
Famílias e Jovens são os adeptos desde sempre, mas são os jovens os que ainda detém o maior potencial para a categoria. Por consequência, lares mais maduros, como os reformados e adultos sem filhos é o grande desafio. Estes continuam a distinguir e a dedicar mais o seu gasto a produtos frescos.
Quando se analisa a nível regional, a dicotomia Norte Vs. Sul também é clara. Os nortenhos são o grande desafio dos congelados, enquanto que a Grande Lisboa e toda a zona Sul prioriza os congelados. Ao nível de classes sociais, é a alta a que mais se destaca neste tipo de produtos, apresentando o maior gasto médio da categoria: mais de 297€, em média, ao ano, e comprando mais de 53Kg.
E de onde chegam estes produtos aos congeladores dos portugueses? O pódio é do canal do momento: Online, que também neste universo foi o que mais recrutou novos compradores e cresceu. Seguidamente dos Discounts alemães: Lidl e Aldi, os players mais desenvolvidos na categoria, alavancados sobretudo em Gelados, Sobremesas e Refeições Prontas.
Seguidos dos Tradicionais e Intermarché.
Pese embora os congelados tenham beneficiado da pandemia e continuem a bom ritmo (apesar de mais lento), nenhum crescimento é constante para sempre! Falamos de um universo amplo e que detém dinâmicas muito distintas. Vemos por exemplo, um afastamento do comprador a Vegetais, Carne e Peixe preparados. Mas… então não queremos praticidade? O preparado não é conveniente? Há congelados mais essenciais que outros?
A importância de compreender a evolução das tendências e comportamentos do consumidor a cada realidade/produto é essencial. Porque, o que esperamos quando esta fase passar? Vamos redefinir hábitos e rotinas? Mantemos? É tempo de preparar o futuro próximo, para que quando “isto” passar, tenhamos as nossas marcas e mercados preparados “on time”.
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